Alunos apoiados pelo IPS são vice-campeões europeus do CanSat 2018
Equipa do Colégio Guadalupe conquistou 2.º lugar na competição de microssatélites
A equipa GSat, do Colégio Guadalupe, concelho do
Seixal, acaba de regressar da final europeia do CanSat 2018, que decorreu na ilha de Santa
Maria, Açores (de 27 de junho a 1 de julho), com uma medalha de prata na
bagagem. A competição anual, promovida pela Agência Espacial
Europeia, desafia os alunos do ensino secundário a construir microssatélites
e este ano envolveu equipas representantes de 18 países da Europa, na maioria
vencedores das respetivas competições nacionais, e mais uma convidada,
vinda do Japão.

Os alunos do Seixal, que
já tinham conquistado o júri nacional com o seu cansat (literalmente, satélite em forma de lata), apostado
em determinar a existência de vida noutros planetas e construído com o apoio
do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), voltaram a merecer destaque,
desta vez alcançando o segundo lugar (o primeiro coube à equipa da Irlanda)
numa disputa que cresceu a nível geográfico e de exigência,
envolvendo um total de 120 participantes.
"Conseguimos representar o nosso colégio e o nosso
país ao mais alto nível, tendo mostrado a toda a Europa que em Portugal
existem alunos com muitas capacidades", afirma, orgulhoso, o professor
Dário Zabumba, que acompanhou os cinco jovens vice-campeões europeus,
destacando o papel "determinante" do IPS nos resultados obtidos.
O projeto surpreendeu o júri
europeu pela complexidade de alguns elementos usados, nomeadamente uma antena de
alinhamento automático com a posição do satélite,
integralmente desenvolvida pela equipa e depois testada e calibrada com a ajuda dos
professores Filipe Cardoso e Manuel Ferreira, da Escola Superior de Tecnologia de
Setúbal (ESTSetúbal/IPS). "O IPS teve um papel
preponderante na validação das nossas antenas. Nas instalações
do IPS utilizámos um analisador de espetro e conseguimos perceber que as nossas
antenas estavam aptas para a missão que iríamos realizar. Esta parceria
trouxe frutos, permitindo-nos alcançar o primeiro lugar a nível nacional e o
segundo a nível europeu", realça.
Da parte dos docentes da
ESTSetúbal/IPS, ficou "o enorme gosto de ter apoiado esta equipa, o orgulho
de ter contribuído para a sua vitória, mas sobretudo a confiança nos
alunos e professores que temos", como referiu Filipe Cardoso, sublinhado a "
excelência, empenho, método de trabalho, competência e
dedicação" da equipa e manifestando toda a disponibilidade
futura "para apoiar esta e outras iniciativas, independentemente dos resultados que
venham a obter, sempre acreditando que não existem desafios que não
possam ser superados".
Muito mais do que o desafio de criar um
minissatélite para ser lançado a mil metros de altura e desempenhar
missões científicas, o CanSat permite aos alunos envolvidos o contacto com
áreas do saber que se encontram à margem do currículo nacional,
bem como o desenvolvimento de competências, tanto técnicas como sociais
- as chamadas hard e soft skills.
Para implementar uma missão
espacial, como se pretendia, houve que fazer incursões nos domínios das
engenharias aerospacial, eletrotécnica, informática e mecânica, entre
outros, sendo igualmente verdade que as "competências relacionadas
com comunicação, contacto com entidades e patrocinadores,
autoconfiança e gestão de tempo são bastante aprimoradas ao longo do
processo e são transversais a todas as tarefas desenvolvidas pelos
alunos", lembra ainda Dário Zabumba.
O professor do Colégio
Guadalupe não tem dúvidas de que este tipo de competições
é fundamental para ajudar os jovens a "discernir melhor o seu futuro"
profissional. E a prova disso é o facto de "grande parte dos alunos
que comigo participaram nesta competição, desde a primeira
edição em Portugal do CanSat, terem escolhido carreiras relacionadas com a
engenharia e com o Espaço", conclui.
09 de julho/2018
|
|